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O ato de se projetar, a religião.
Os deuses gregos refletiam os mesmos vícios humanos, como a ira, a compaixão, o amor, o desprezo, assim o homem se projeta e passa de ser um coadjuvante na história, se destaca. Neste trajeto o homem se lança rumo ao impossível, ao ser que nunca será, como afirma Feuerbach, quando se dá conta de que "a consciência que o homem tem de Deus é a consciência que o homem tem de si".
Neste sentido, segundo Feuerbach, a busca de entender Deus é a busca de entender o próprio ser humano, principalmente sua sociedade. Como pode se observar, em vários momentos da história, religião e Estado se misturam, como aconteceu no Antigo Egito, na Roma Antiga e mais conhecida na Idade Média. Para Santo Agostinho, por exemplo, a Cidade dos Homens estava subordinada ao poder Divino, ou ao modelo de perfeição da Cidade Celeste, mas se percebe que este anseio da morada perfeita, seria a reflexão do Império Romano decadente, buscando assim explicar as próprias aspirações da orbe.
Segundo Durkheim “o sagrado e o profano foram sempre e por toda a parte concebidos pelo espírito humano como géneros separados, como dois mundos entre os quais nada há em comum (…) uma vez que a noção de sagrado é no pensamento dos homens, sempre e por toda a parte separada da noção do profano (…) mas o aspecto característico do fenómeno religioso é o facto de que ele pressupõe uma divisão e bipartida do universo conhecido e conhecível em dois géneros que compreendem tudo o que existe, mas que se excluem radicalmente.”
Vale salientar que a religião está presente na sociedade humana, como fenomeno que se apresenta da própria condição pensante humana, e que por sua vez, nunca desaparecerá.